sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Nós e o rádio

Por Patrícia Paula D’Ávila
Curso de Mídias na Educação
Módulo - Mídia Rádio

Os meios de comunicação exercem grandes influencias na população. Cerca de 95% da população assistem TV e ou ouvem rádio. Sabe-se que a função desses meios de comunicação não é apenas entreter, mas simultaneamente disseminar idéias, informações, emoções e valores.
Para Barbero e Rey (2004, p.74-75) “A idéia de que as mídias fundamentalmente ‘representam’ o social cedeu diante da sua ascensão como atores sociais, diante de sua legitimidade como sujeitos que intervêm ativamente na realidade.” Os autores consideram que é preciso compreender a complexidade social e perceptiva que reveste as tecnologias comunicacionais, seus modos transversais de presença no cotidiano, suas intricadas formas de mediação do conhecimento e da política, para produzir a crítica.
Esse veículo de comunicação é uma difusão radiofônica de informações sonoras, através das ondas eletromagnéticas com diversas freqüências, por isso, chega com facilidade ao povo. Essas mídias educam informalmente, continuamente, voluntariamente, até porque ninguém é obrigado a assistir ou ouvir. Portanto, a escola não pode continuar ignorando essas mídias, precisa discuti-los, analisá-los e utilizá-los
Dessa forma, ao trazer o rádio para o ambiente escolar, representa era uma ressignificação das linguagens que privilegia a linguagem oral. Isso possibilita o resgate da oralidade, uma referencia cultural das identidades envolvidas e inscritas nos seus repertórios. Além disso, a linguagem radiofônica no contexto escolar amplifica as possibilidades de expressão e de resgate da auto estima: as pessoas, especialmente aos alunos que reconhecem as potencialidades mesmo tendo dificuldades para operacionalizar linguagem escrita..
Diante disso, aplicamos um questionário com cinco questões à 20 professores do CETEP Recôncavo, durante a Jornada Pedagógica 2010 na perspectiva de ajudar a esclarecer o perfil de ouvinte, de quem as responde, tanto no sentido geral, quanto no que toca ao conhecimento específico do papel educativo do rádio.
Quando perguntado: Com que freqüência, habitualmente ouve o rádio? De acordo com a pesquisa apenas 30% dos professores responderam que diariamente, 60% afirmaram que de vez em quando e 10% reconhecem que só ouvem rádio raramente. Esse resultado mostra que independente dos avanços tecnológicos o rádio continua sendo um meio de comunicação de massa e presente nos lares.
A pergunta seguinte: Quando ouço rádio, eu... (50%) responderam que tenta ouvi-lo enquanto faço outra coisa e (50%) ligam o rádio e deixam tocar sem prestar atenção. Nenhum dos professores inquiridos concentra-se nessa atividade. Nesse caso o radio é visto apenas como entretenimento.
A terceira pergunta era: quando ouço rádio em que estou interessado? (60%) responderam que buscam informação e (30%) diversão, esse resultado em comparação com a resposta da questão anterior é negado, pois a maioria afirma tocar o rádio em busca de informação.
A quarta pergunta: Em minha escola existe oportunidades para se ouvir o rádio? (5%) responderam que sempre, (25%) eventualmente e (70%) raramente ou nunca. Nesta questão observamos que a escola não reflete a realidade que acontece nos lares, no qual 90% ouvem com freqüência ou de vez em quando o rádio. Nas questões anteriores nota-se que se refere a situações do cotidiano familiar. Nesta questão refere-se ao ambiente escolar. Percebe-se, então que na escola não há tempo para os professores escutarem rádio e/ou raramente existe um rádio na escola.
A última questão pergunta: Dentro de um projeto pedagógico, na minha opinião, o rádio pode ajudar... (90%) responderam que pode ajudar muito e (10%) um pouco,de acordo com a figura 5. Vale salientar que a grande maioria dos entrevistados afirma que o rádio pode ajudar no desenvolvimento e execução do PPP da escola, entretanto não é uma regra nas escolas. Nota-se que os professores que responderam as questões apresenta uma idéia positiva acerca da importância do radio para o desenvolvimento da prática educativa, contudo a sua vivência é diferente.
Podemos afirmar que apesar das pessoas terem o hábito de escutar rádio, gostar de ouvir o rádio, até mesmo achar que o rádio é um ótimo instrumento pedagógico e que poderia ser utilizado em sala de aula inclusive como instrumento para o desenvolvimento do Projeto pedagógico. Todavia a prática não demonstra isso, já que raramente se escuta radio na escola, Apesar de haver equipamentos para se iniciar um trabalha nessa perspectiva.
O CETEP Recôncavo já dispõe do projeto “Rádio na Escola“ no qual inclui o rádio como instrumento pedagógico, no entanto ainda não foi aplicado. Espero que este trabalho que ora iniciamos promova a interação, a criatividade e a comunicação e oportunize a realização da prática oral entre os alunos.
O que a escola precisa é superar o uso ingênuo das mídias tecnológicas, se apropriar das novas formas de aprender e de ensinar, bem como de produzir, comunicar e representar o conhecimento, possibilitadas por esse recurso , que favoreçam a democracia e a integração social . O importante é ter clareza das suas intenções e objetivos pedagógicos, das possíveis formas de representação do pensamento, das características, da narratividade, roteirização e interação entre as demais tecnologias.